sábado, 30 de junho de 2007

Babel

Tentei mais uns passos na escalada dessa tão grandiosa torre que julgas ser.
Esgotei-me em palavras e explicações de mim e de ti sem encontrar a harmonia dos significados e significantes. Palavras… as que disse, as que senti, as que guardei, as que silenciei, as que não compreendi...
Dói-me ver-te desmoronar perante o entendimento absurdo das nossas línguas. Dói-me ainda mais a frieza e passividade com que aceito essa verdade.
Não percebo as palavras, mas aprendi a ler-te os gestos… são esses que não me deixam acreditar que chamas por mim…
Quero-te muito bem…


quinta-feira, 28 de junho de 2007

"69" Polka Dots

Foi com algum agrado, um certo "prazer" e até alguma intumescência que recebi um pedido para assinar o sexagésimo nono post ressabiador como se de um aniversário do blog se tratasse. Uma honraria que muito me sensibilizou principalmente pela dificuldade em escrever algo que rodado 180º diga exactamente o mesmo. Nada mais fácil do que largar um punhado de lugares comuns pelo que, caso deseje, pode rodar o monitor de V. Exa. que o efeito da leitura de tanto comentarismo barato será, seguramente prazenteiro, mas nunca garantindo o efeito múltiplo que poderá procurar.
Faça-se então a analogia barata com uma qualquer posição kamasutriana em que nos lambemos nos pudendos antes de nos fingirmos nos pudores do quotidiano e nos elevarmos para lá do primitivo das incursões genioglóssicas. E pronto, concluídos os preliminares avancemos que o texto não pode sofrer de tanta precocidade que termine já por aqui. Muito menos após um momento de partilha e generosidade tão intenso.
A verdade é que há várias leituras freudianas para a maioria do comportamento humano. A verdade é que o surrealismo do dia-a-dia tem um manancial inesgotável de conhecimento. A verdade é que "tudo isto é muito complexo" e "a vida é feita de encontros, desencontros e hallibut". A verdade não sei bem qual é. A verdade deve andar por aí. A verdade é que não te exporei as minhas dores para te dar o entertenimento de uma telenovela mexicana de segunda. Porque a segunda é um dia horrível, porque a segunda vem sempre depois da primeira e porque a segunda já é mais cansativa que a primeira e, tem dias luminosos, em que vem antes da terceira. Por isso o meu céu está cravejado de uns "69" Polka dots..

A montanha pariu um rato

Íamos ter, finalmente, uma legislação de controlo da intoxicação por tabaco de não fumadores. Íamos aproximar a nossa legislação áquilo que é feito por toda a Europa. Íamos tomar uma posição política fundamentada por decisões técnicas. Íamos aumentar a nossa civilidade. Íamos ter uma medida de saúde pública a bem de todos. Íamos...

O Governo anunciou que 'era desta', que não iria ceder a lobbys económicos, que não ia ceder aos fumadores inveterados que se acham no direito de empestar os locais de diversão de todos e de trabalho de alguns. E hoje anuncia, com pompa e circunstância, uma lei que não traz nada de novo. Espaços grandes já tinham lado para fumadores e para não fumadores, espaços pequenos já podiam 'escolher' entre serem espaços livre de fumo ou não. A nova lei nada de novo traz.

Sem fazer grandes estudos epidemiológicos, é fácil aferir que, e basta olhar para os restaurantes que têm lado fumadores/não fumadores, um grupo de várias pessoas basta ter um fumador, para logo irem para o lado dos fumadores. Basta ver a quantidade de papás fumadores que levam os seus filhos (devem ser aqueles que choram e fazem birras) para o lado impestado. E os trabalhadores dos restaurantes, bares e discotecas? Quem os defende? Esses passam dia após dia (ou noite após noite) em ambientes com teor de CO enormes, que poriam qualquer parque de estacionamento interdito ao uso.

O Governo cedeu à demagogia dos coitadinhos dos fumadores, que querem ver o seu direito a fumar onde muito bem lhes apetece.

Uma nota: o ano passado fui passear à Irlanda, país que introduziu legislação parecida à que íamos implementar há pouco tempo, também com alguma (menos) contestação da classe fumadora. O que eu vi foram bares livres de fumo, com meia duzia de pessoas a dar umas passas à pressa no alpendre, a voltarem para dentro para se divertirem. São eles os primeiros a aplaudir os resultados dessa legislação. O tabaco sabe-lhes muito melhor (não mantêm níveis constantes de intoxicação provenientes do fumo dos outros) e não chegam a casa com a roupa a cheirar mal.

Só aqui o Zé Povinho é que quer continuar a ser incivilizado.

Nota do autor: Confesso-me um, cada vez mais, fundamentalista em relação a esta problemática.

terça-feira, 12 de junho de 2007

Apresentação - Mais vale tarde que nunca!

Boas a todos os ressaibos!



As minha primeiras palavras são dirigidas ao alter ego pelas suas ternas palavras de boas vindas. E sim, vou escrever aqui connvosco ou"semvosco", mas acima de tudo comigo! Não com chinelos porque não gosto de usa-los, mas com norte e quase sem regras... ;)



As proximas palavras são dirigidas a todos voces que escrevem aqui, que, de alguma forma, partilham os vossos pensamentos, receios, medos e alegrias. Nem sempre é facil exprimi-los, muito menos com a qualidade, originalidade e humor (negro, branco ou às vezes cinzento) que alguns de voces conseguem.



Ate breve