sábado, 12 de março de 2011

E agora?

Milhares desfilaram pelo país protestando, genericamente, contra o estado de "coisas". Parece-me evidente que o PM ocupa, de momento, um dos empregos mais precários e que estará a "prazo" talvez ainda mais curto que o se poderia pensar. Confesso que ao fim da tarde passei na "nossa" praça da liberdade para "in loco" testemunhar o que me diziam ser uma grande manifestação. E era. Pressente-se que o PM sairá de cena mais queimado que uma chaminé de refinaria mas o tom patriarcal, bucólico e paternalista do líder da oposição, assusta. É um politico de carreira, feito nas jotas e que não espelha esta sociedade civil que emerge nem parece encerrar qualquer particular simpatia para agregar este descontentamento que é transversal a várias gerações. Por outro lado, a desconfiança perante as forças políticas "tradicionais" atingiu o seu expoente máximo. Durante a tarde, vislumbrei testemunhos marcantes de "gente" que fez o 25 de Abril e que, passados estes anos, voltara à rua. E isto, mais que tudo o resto, acrescenta um valor ideológico às manifestações. Resta saber o que fazer agora para não desfraldar as expectativas de tanta gente que se mexeu para mudar o "seu" mundo. Este sentimento, de necessidade de mudança, não se encerra nas fronteiras lusas. Em espanha, um protesto semelhante está a ser organizado para maio. Talvez seja hora de "pensar" num verdadeiro modelo político à escala europeia. Para já, neste modelo político que se baseia nos partidos, ou se fundam novos ou se entra para os que já existem. Agregar vontades em movimentos sociais que depois não se fazem representar na hora das decisões pode custar o desalento de quem se mobilizou para se fazer ouvir. Fica a questão. E agora?

Na foto - manif em berlim :)

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