quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

FELIZ NATAL!

domingo, 7 de dezembro de 2008

TAP

Estou de férias pelo Brasil. No aeroporto de escala tive a desconfortável surpresa de a minha mala não ter querido viajar comigo. Uma hora a olhar para a passadeira das bagagens e a minha teimava em não aparecer.
Recorro ao representante da TAP no local que me preencheu um burocrático papel de mala perdida. Disse-me que me contactaria logo que soubesse alguma coisa. Mas deu-me o seu contacto.
Segui viagem para o destino final.

Foram 4 dias sem mala. Tinha decidido ficar em Lisboa.Todas as notícias do andamento do processo foram de minha iniciativa (se queria saber alguma coisa, se queria que o outro lado fizesse a mala andar mais uma etapa tinha de ser eu a telefonar - em roaming).

A mala ora já tinha chegado a Brasília, ora já tinha sido enviada para Florianópolis. No aeroporto de Florianópolis nada sabiam. Ora já estava com o agente local para entrega: 'entrega hoje de tarde', 'deve estar mesmo a chegar'! Afinal o agente local tinha a morada errada. 'Isto é o Brasil' disse-me ele.
Mas a TAP não é o Brasil. E entre operadores locais e mails enviados à sede, nem um pedido de desculpa, nem um telefonema a saber se a questão estava resolvida.

Tenho um seguro de viagem que cobre entre outras coisas o atraso de malas. Activei-o. Para o activar quiseram que eu digitalizasse o documento da perda da mala. Não, não servia enviar por fax. Ok, no Brasil, numa cidade até nem foi muito difícil arranjar um scanner. Mas se não tivesse ido para o Brasil, mas para Laos? Complicam a vida das pessoas de propósito.

sábado, 29 de novembro de 2008

Crise?

"Um funcionário da conhecida cadeia Wal Mart, a maior do mundo, morreu em Nova Iorque esmagado pelos clientes da loja que se acumularam no estabelecimento para aproveitar o primeiro dia de saldos nos Estados Unidos."

sábado, 15 de novembro de 2008

Ando de férias pela Polónia. O país é fantástico, se bem que frio. O nosso poder de compra por estes lados ainda é aceitável, pelo que me tenho dado a alguns luxos.

Mas obviamente não é por andar com uma boa vidinha (ainda que fria) por estes lados que me trouxeram a um post por estes ressabios. Foi uma agradável surpresa que aqui me trouxe, a escrever de Poznan.

Em diversos locais, desde os campos de concentração de Auschwitz, a pequenas igrejas da Krakóvia, tinham guias turísticos em Português. PT mesmo, nada de brasileiradas.

Pergunto: quantas igrejas/museus/afins em Portugal tem guias em polaco?

Método simples e barato de investir no turismo!

PS: Continuo à espera de uma resposta da GNR

domingo, 9 de novembro de 2008

O dia em que a Mamã marchou sobre a Capital!

Diz que 85% dos Mestres deste país resolveram invadir a Capital do Império. Lá do alto, César dita-os manietados por sindicâncias e partidarismos. Aflige-me tal interpretação conveniente primeiro porque insinua que a minha Mamã se deixa levar na refrega básica dos sindicatos (quando a última intervenção cívica de que há relato remonta, pasme-se, aos tempos da outra senhora) e, segundo, porque concluí que 15% dos Mestres deste país serão seus correlegionários políticos, esses sim, cidadãos de primeira àgua. Acontece que a Mamã até perfilhou das políticas prometidas pelo dito. Acontece que a democracia tem destas coisas inconvenientes do direito à opinião diferente e nada moverá mais montanhas que as ideias. Até quando o autocarro avariou se arranjou ao belo estilo lusitano a "boleia para a luta" nos outros que vinham de paragens distantes. E, sinceramente, duvido que tamanha mobilização se faça sobre os pés-de-barro da partidarite ou da sindicância. Pelo menos, cá em casa. Talvez na de César já se tenha marchado a outro trote, naquele da conveniência, naquele que se mostra a pensar no interesse subsequente. Mas nós, os do povo, marchamos quando sentimos. E foi o que, estou certo, grande parte desses 85% terão feito. Dos outros não rezará a história. Reformar a Educação, um dos pilares essenciais de qualquer país (e país é maior que estado) sempre foi complicado. Reformar a Educação com retoques de maquilhagem de mau gosto no rosto cansado de quem faz dela a vida é abusador. Principalmente numa altura de maus ventos como a que vivemos em que todo um globo se agarra à esperança de um novo tempo que diz que virá das Américas. Talvez Portugal também precise de um abanão assim. De voltar a ter o direito a sonhar. De não ter medo do jugo do superior hierárquico. De pensar. De ser criativo. De viver. Porque a última vez que este país deve ter sonhado foi na enebriação da revolução e nunca mais parou de falar desse sonho e de o reviver, noite após noite. E já lá vão quantos anos?

domingo, 26 de outubro de 2008

The Polka Dots Freak Show

Querido ressaibo, escrevo-te em tempos de mares revoltos. O tempo, esse ditador, persiste em matar-me a cada instante, num tic-tac que me tolhe o ser. Fui-me(nos) revisitar. Parece que as memórias eram mais fortes que a aparência. Diz que o que nos uniu tem a força de mil homens. Como sempre, no final, nos meus olhos, brilharão polka dots tristes e solitários. Porque naquele abraço e naquele mimo, dizes-me sempre o mesmo. Diz que eu sou estranho, que se não nascesse teria que ser inventado, que não sou de entender. Não tenho caras de revistas Maria e diz a minha mãe que Marias há muitas.. Mas diz que a Maria que eu amava já não há.. sobram-me as alcofas, as estórias e memórias.. e as outras marias.. Sempre as Marias.. Por isso faço-me em telas de almodovar.. Surreal e grotesco.. E é assim que eu sou. Ponto final. Ninguém me vai mudar. Obrigado por teres dito que sim, outra vez..

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Princípio da proporcionalidade

Hoje quando fazia o percurso Porto - Chaves, para mais um turno de INEM, deparo-me com trânsito parado na A42, perto do desvio para Paços de Ferreira. 45minutos para fazer 3 Km, com perda da faixa da direita, depois da faixa do meio e finalmente da terceira faixa, com protectores para que ninguém avançasse, trânsito desviado para a saída da autoestrada.
'Deve ter havido grande acidente, para fecharem toda a auto-estrada!' pensei eu.
Quando cheguei à rotunda de acesso à AE (entrada e saída) eis que me deparo com uma mega operação stop, montada pela GNR.
Pergunto eu (e irei mandar mail à GNR, se eles já o usarem) a inquirir que criminoso andavam a caçar para montar tal estardalhaço. Além de provocarem atrasos em centanas de inocentes cidadãos, fazem alguns trabalhadores nocturnos chegarem atrasados (por acaso até saí com tempo para fazer face e eventuais trapalhadas policiais e não cheguei atrasado), provocaram uma fila de trânsito monumental.
De relevo quero ainda realçar que trânsito parado numa AE é já situação de gravidade suficiente, aumentando imenso o risco de acidentes graves. Nem um carro da GNR (e havia-os muitos na dita rotunda) estava a sinalizar o trânsito parado...

Como emergencista agradeço a preocupação de nos arranjarem trabalho.
Como cidadão questiono-me o que justifica tamanho aparato e mostra de força. Seria para apanhar carjackers? Assaltantes de carrinhas de valores? Ou amigos da pinga?
Aguardo resposta.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Fim de ciclo

Ontem terminei mais um projecto. A minha última ligação à vida de estudante.

Foi um projecto que muitos vaticinaram estar morto à nascença. Ou pelo menos após o fim do entusiasmo inicial.

Sobreviveu, cresceu, consolidou e amadureceu. Finalmente ganhou pernas para andar per si, para voar para fora do ninho! Resultado de teimosia e múltiplos ressaibos, da dedicação e suor de muita gente que acompanhou o seu crescimento.

Ide!

Espero encontrar-vos numa qualquer esquina aqui a uns anos com o mesmo brilho nos olhos que vos caracterizou estes primeiros tempos.

Quanto a mim, posso agora dedicar-me mais descansado aos projectos desta nova vida de trabalhador.

sábado, 23 de agosto de 2008

Komkommertijd

Querido ressaibo, é Agosto..

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Backups

Há muitos motivos para ressabiar, ao ver as notícias. Mas hoje preciso de ressabiar comigo mesmo.
Dou apoio informático informal a muita gente. Sou um autodidata com bons conhecimentos informáticos. Já desenrasquei muitos amigos desesperados 'porque a impressora deixou de imprimir' ou 'porque não sei do ficheiro'.

Hoje aconteceu-me isso. Entrei em desespero. O disco do meu portátil deu o badagaio. Bateu a bota, escafedeu-se! Fui ter com os meus gurus... Não há hipótese de safa. Morreu. Está em rigor mortis. 'Mas de certeza que tens backups'.

Casa de ferreiro, espeto de pau!

domingo, 29 de junho de 2008

Post a Post

Não tenho grande coisa a partilhar. Fico-me pela sinceridade. Não me apetece ressabiar com nada nem com ninguém. A Espanha é campeã da Europa. Parabéns aos Galegos. A Alemanha perdeu outra guerra. Azar. As sinapses lentificam-se com o tic tac do tempo que passa. Estarei objectivamente deprimido. Vou ver seinfeld's até adormecer. Incrível como pequenas coisas nos fazem mais felizes.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Ai Portugal, Portugal


A 28 minutos do fim deste épico dia, não podia O Ressaibo deixar passar em claro a subliminar, quase que inconsciente, quiça comatosa, referência que pelas bandas minhotas se fez a um dito cujo dia que dizem ser da "Raça". Mal tal ruído estremeceu nos ossículos do ouvido, já gastos pela fanforrenice destas gentes, alterei a imagem da HDTV onde por empréstimos se vai vendo a bola para preto e branco. E que bem que lhe ficava o preto e branco. Parei todos os downloads, interrompi as conversas no messenger e desatei a escrever este telegrama com que agora vos brindo. Do Porto a Vila Real é um desatino, com estradas miseráveis e as curvas do Marão sempre à espreita dos incautos. Na radiofonia ouvem-se relatos de desacatos entre os transportadores e adivinha-se a crise do petróleo com a escalada dos preços dos bens essenciais. A polícia vai escoltando camiões de fuel que fogem dos calhaus que caem do céu. Sente-se a tensão social no ar. O povo já nem com a bola se cala. Sempre disse que quando faltasse o pão não haveria selecção de raça luso-brasileira que nos valesse. O timoneiro, em vez de olhar em frente e apontar o caminho da modernidade, olhou para trás numa referência soturna aos tempos que nós (ou a maioria, digo eu, senão referendem) não queremos. E o primeiro que não o citado diz que foi dançar o vira ao som de assobios. O preto e branco, tem dias, que caí melhor que o arco-íris. O tecnológico e o da raça.. curiosa associação numa bela festa pelas terras da Senhora.. da agonia.

domingo, 8 de junho de 2008

Este blogue diz Japeraçaba!

Até gosto das cores contrastantes com a negritude deste cantinho cibernâutico, mas a usurpação de funcionalidades do blogger para ter uma tira que nos leva a um blog cujo contéudo não existe causa-me um certo prurido..

sábado, 17 de maio de 2008

Momentos de Ressabio

Um descontente solitário protesta em rua central da capital hermaña contra Zapatero.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Petróleo Branco

Há uns tempos atrás ouvi uma frase que me marcou 'A caminhar assim, qualquer dia vamos deixar de chamar Ouro Negro ao petróleo, para passarmos a chamar Petróleo Branco ao ouro'.

Os preços da gasolina estão escandalosos... Mas há umas coisas que não percebo. Mesmo depois de ouvir o representante das gasolineiras na televisão a dizer que a margem de lucro se mantém, reflectindo apenas os aumento do custo das matérias primas na subida dos preços. E que não há cartelização dos preços, porque as margens de lucro nem o permitem, pois encontram-se nos poucos cêntimos por litro. Ok. Então expliquem-me duas coisas.

1. Se são tão poucos os cêntimos de lucro por litro vendido entre empresas que nem permite concorrência, como há meia dúzia de postos que fazem 5 a 10 cêntimos mais barato? Perdem dinheiro? Devemos agradecer por abdicarem de qualquer margem de lucro? Algumas dessas gasolineiras até são só vendedoras, não sendo nem distribuidoras nem produtoras (não podem sequer ir buscar o seu lucro a essas áreas de negócio), como por exemplo as bombas nos Carefour.

2. O preço do petróleo está indexado ao dólar. O preço em dólares do petróleo tem subido, de facto. Mas o dólar tem desvalorizado enormemente face ao nosso €... Se fizermos bem as contas, com um graficozinho bonitinho de relação entre a subida do petróleo vs a descida do dólar, que resultado vamos ter? Mais, porque só sobe o preço nas subidas do valor do petróleo, não se registando as respectivas descidas quando o petróleo decai?

3. O ISP (imposto sobre o petróleo) é indexado ao valor total dos produtos petrolíferos vendidos. É certo que é um imposto importante para as nossas finanças, mas não deveria ter um valor fixo? Ou seja, que não fosse interesse directo das finanças públicas que o preço da gasolina subisse? Com um valor fixo (x€/litro) em vez de percentagem, o estado já não sorriria com a subida dos preços do petróleo, vendo apenas as desvantagens de tal subida.

terça-feira, 22 de abril de 2008

INEM

Tenho andado longe e sem vontade de escrever, mas as múltiplas notícias referentes ao INEM, onde também eu presto serviço, obrigam-me a algumas reflexões. Espero que nenhuma delas atente contra as claúsulas de confidencialidade que tive de assinar (será que isto também não se podia dizer?).

Nos últimos anos o território nacional foi dotado de VMERs (Veículo Médico de Emergência e Reanimação). Foram instaladas como uma mais-valia no apoio ao socorro pré-hospitalar. As actuais políticas de saúde viram-nas como possíveis substitutos às urgências hospitalares. Há várias razões pelo qual é um erro estratégico claro.

As urgências são compostas por mais ou menos profissionais de saúde, com alguma capacidade de adaptação à maior ou menor procura. Quando um hospital recebe dois doentes graves, ambos podem ser tratados, em detrimento das situações menos graves. Mesmo as situações de menor gravidade, são atendidas com menor ou maior espera. Para esta balança entra a gravidade da situação (aferida pela triagem de Manchester) versus os recursos humanos da Unidade de Urgência.

Ora no contexto pré-hospitalar as coisas não se processam desse modo. Não temos sistemas redundantes. Ou seja, se formos chamados para uma situação a 10Km da nossa base, não podemos ir tratar de outra situação a 20Km na direcção oposta. É um sistema de Sim/Não na resposta às urgências da população.

Para mais que muitas vezes estamos ocupados, não em situações de emergência pré-hospitalar, mas de transferências inter-hospitalares, que por razões técnicas ou políticas nos solicitam. Um exemplo disto é o transporte de grávidas em trabalho de parto até à maternidade mais próxima.

O segundo ponto é que se é inaceitável que uma urgência hospitalar feche as portas durante umas horas por falta de staff o mesmo não acontece com as VMERs. Há várias razões para isto. 1º porque os serviços de urgência são (ainda e felizmente) redundantes. Ou seja se alguém falta à última da hora e não é substituível (por motivos de doença súbita, p.e.) o trabalho desse elemento é diluído na restante equipa. Tal não acontece numa VMER, cujos turnos são constituídas por um médico e um enfermeiro. A segunda razão é que estas equipas são constituidas maioritariamente por médicos e enfermeiros que têm outro local de trabalho (num serviço do hospital ou num centro de saúde). Os turnos de VMER são feitos em tempos lvres. Há algum profissionalismo das equipas para mesmo em dias difíceis (Natal, p.e.) os turnos não estarem desfalcados. Mas ninguém pode ser obrigado a fazê-los, pois depende das disponibilidades de cada um. Para mais, os Hospitais, embora já empresarializados, ainda funcionam muito em estilo função pública. Os seus horários são definidos como 'todas as manhãs e algumas tardes', não dando espaço a que fiquem com manhãs livres para poderem ocupar a VMER. Os hospitais ainda vêem as VMERs como um brinquedo, ainda não a vêem como uma prioridade.

O apoio domiciliário/local de VMERs não pode ser visto como um direito universal. Não está ao acesso de todos, a toda a hora.

As VMERs são como os ventiladores e vagas em Unidades de Cuidados Intensivos. São poucos, porque tecnicamente exigentes e caros. Não devem ser vistos como a panaceia para todos os males. Devem ser usados com conta e medida, usando protocolos bem estabelecidos. E há que garantir alternativas para quando não estão disponíveis.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Até logo

'Se perguntarem por mim, digam que vooei!' :)

domingo, 27 de janeiro de 2008

Seguros

Ainda inspirado pela recente viagem a Londres, tendo tido um laivo de uma cultura um bocadinho diferente.

A ideia que tenho dos seguros, das seguradoras não é muito abonatória. Acho (empiricamente) que eles servem para nos chular dinheiro, que quando precisamos deles arranjam todas as artimanhas para não pagar, mesmo quando sabem que não têm razão, pois sabem que apenas uma pequena quantidade tem dinheiro e coragem suficiente para os processar judicialmente (e só com ordem de tribunal pagam). 'Para quê pagar hoje se podes pagar só amanhã'.

Mas em Londres vi uma coisa que me fez sentir que pode ser apenas falta de maturidade das nossas seguradoras e não algo intrínseco nos seus genes. Em Londres por todo o Metro e ruas estavam cartazes publicitários a perguntar 'Pagar para ir ao ginásio?'

Um seguro de saúde inglês paga às pessoas a mensalidade dos ginásios, desde que obviamente as pessoas frequentem. Com isto têm uma redução nos custos de saúde dos seus clientes. É a procura do lucro da maneira positiva e não exploratória.

Why pay for the gym?

Verifiquem... Tragam não só a ideia, mas esta maneira de pensar e de actuar para cá. Todos beneficiariam...

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Lei do Tabaco

Antes de mais, tenho que me confessar que sempre fui pouco tolerante com o tabaco.

Ontem, o programa Prós&Contras conseguiu demonstrar o quão os fumadores conseguem sair do sério quando lhes tocam no vício. Uma professora universitária a dizer que não acredita que o fumo passivo faz mal, 'porque também arranja estudos contraditórios'? Qualquer um de nós com jeitinho arranja estudos que contradigam qualquer coisa que ela tenha publicado, mesmo a sua tese de doutoramento. O fumo passivo já passou pelo crivo das reuniões de consenso de peritos.

Mas quem mais me impressiona é a malta dos restaurantes. Pedem para os deixar escolher se querem ser restaurantes para fumadores ou para não-fumadores. Mas isso já o podiam fazer antes desta lei! Deviam era agradecer por o fumar/não fumar não ser mais uma questão de marketing / concorrência, e que fiquem todos em pé de igualdade. E assim, além de se proteger todos os que 'voluntáriamente' se iam intoxicar para ambientes cheios de fumo, graças à incivilidade dos nossos fumadores, que sem problema puxavam de cigarro atrás de cigarro, enquanto outros comiam, ainda se protege donos e empregados, expostos diariamente ao nocivo efeito (a não ser que a nossa historiadora prove não ser nocivo).

Na semana passads estive em Londres, onde aplicaram uma lei parecida (mais restritiva) há cerca de 6 meses. Não vi ninguém refilar, chorar pelos cantos, deprimir. Estamos a falar de um País onde vir fumar para a rua é bem mais agressivo que em Portugal (temperatura e chuva). Os bares em vez de se lamuriarem de perda de clientes, criaram áreas exteriores convidativas, algumas com lâmpadas de infra-vermelhos para aquecer o povo (ou para acender o cigarro), com cordaozinho limitador, etc. Criaram mais valias com a adversidade. Não pediram subsídios a ninguém. E como são civilizados percebem perfeitamente que é inaceitável encher de fumo espaços fechados.

Despeço-me a contar-vos uma história triste e que ainda não vai ser combatida por esta lei (pelo menos directamente, mas pode ser que o debate eduque alguém). No ano passado, em Lisboa, um colega da Saúde Pública vê um carro parado, de vidros fechados, crianças no banco de trás, marido no 'lugar do morto', esposa no lugar do condutor, a fumar desalmadamente. O dito colega, um gajo espadaúdo, negro, bate no vidro e pergunta à espantada senhora: 'Não tem vergonha do que está a fazer? A intoxicar os seus filhos pequenos?'. A mulher sem saber onde se meter, o marido a rir baixinho (finalmente lguém teve coragem para dizer o que ele sempre pensou).

E querem agora convencer que os fumadores são credíveis para decidir onde podem fumar? Onde não incomodam ninguém? Nunca tiveram...