domingo, 15 de julho de 2007

porto

Há cidades mais que muitas mas a minha tem qualquer coisa. Se calhar é por ser minha. Rude e dura esta invicta não se dá a miudezas nem a mariquices quando lhe pisam os calos. Diz o que tem a dizer. Não se apaixona facilmente mas tem caminhos românticos perdidos onde nem a todos se entrega. Discreta e leal, afaste-se quando estiver mal disposta: esta terra ferve em lume brando. De tez sombria e escura, solta-se em sombras e recantos que repelem os curiosos. Mas quando se abre o crepúsculo fuja. Corre sério risco de se apaixonar com o coração que dentro de si esconde.

1 comentário:

bez disse...

Quem vem e atravessa o rio
junto à serra do Pilar
vê um velho casario
que se estende ate ao mar

Quem te vê ao vir da ponte
és cascata, são-joanina
dirigida sobre um monte
no meio da neblina.

Por ruelas e calçadas
da Ribeira até à Foz
por pedras sujas e gastas
e lampiões tristes e sós.

E esse teu ar grave e sério
dum rosto e cantaria
que nos oculta o mistério
dessa luz bela e sombria

Ver-te assim abandonada
nesse timbre pardacento
nesse teu jeito fecha do
de quem mói um sentimento

E é sempre a primeira vez
em cada regresso a casa
rever-te nessa altivez
de milhafre ferido na asa

As palavras de Carlos Tê, escritor, poeta, compositor e acima de tudo TRIPEIRO! (e como não podia deixar de ser, PORTISTA!!!! ;))