quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Arrumam-se os carros e as ideias..

Estuda-se. Janta-se numa esplanada a enganar o tempo. Sozinho. Escutam-se as novidades dos que vão passando e estão, como eu, no mesmo lugar. Velhos conhecidos de olhares e conversas sem nome mas com rosto. Há vergonha em aceitar um jantar numa esplanada socialmente correcta por força do "eles não gostam que eu me sente aqui" sendo que o "eles" serão, digo eu, os patrões da dita cuja. E eu sozinho. Parte o rosto que se perdeu em heroínas de má fama para acalentar o estômago por trás da porta ou as veias numa qualquer recaída estúpida. Sozinho mas com companhia acaba-se o prato. Assalta-se o carro na vontade de voltar a casa. Outra alma se me acerca. De uma moralidade que por não existir ganha outro sentido, clama pela vontade de me ver "doutor". Relembram-se os anos em que nos cruzamos, anos exagerados em que nos fomos perdendo cada um nas suas perdições. Anos a fio em que no apontar do óbvio lugar de parqueamento alguém acabou por me conhecer melhor que muitos. Adivinhou-me os amores e as amizades, as alegrias e tristezas. Apontou-me os excessos da queima. E os outros. Foi por isso que quando me viu triste me quis pagar um fino. E o gesto sacrificado à sua ressaca tocou-me..

1 comentário:

Pat disse...

Não seja por isso...
Para a próxima... embora o momento não seja tão bonito... manda um sms que pago eu o finito... ;)