segunda-feira, 5 de março de 2007

Direito ao Usofruto Proibido, mas com consentimento informado, livre e devidamente esclarecido…

Começo por elogiar a forma brilhante com que o amigo, Kemoressabe, ressabiado por natureza e de excelência, respondeu ao que considero ser uma pequena ‘provocação’.
Ao contrário do que possa parecer, não pretende ser uma missiva feminista, nem o declarar de uma guerra de sexos, de que nunca fui adepta e que não seria nada inteligente neste contexto, nem sequer um discurso moralista ou hipócrita de negação da minha própria génese.
Ainda que me tenha centrado na descrição da evolução do papel da mulher na sociedade ao longo deste último século, não me viu a tomar qualquer partido quando me refiro aos ‘jogos de sedução’.Deduziu-o, bem como muitos outros significados deixados nas entrelinhas. Surpreenda-se, ou não, com a minha concordância com cada palavra que escreveu sobre este tema, à excepção de uma ou outra ideia que os outros egos (o ego, que experiencia a realidade em si mesmo, e o super-ego, o repressor) não me deixaram filtrar…
‘Quem come quem’, é uma expressão antiga que traduz, de forma muito pitoresca, o círculo que se estabelece entre quem come e quem é comido. Ainda que todos reclamem para si o mérito de ‘comer’, a verdade é que, neste jogo, ninguém sai a ganhar ou a perder.
O objectivo do meu ressabio não se dirige ao acto em si, mas antes no modus operandi, que espelha bem o sistema de valores de uma geração. Se não, veja-se, por exemplo, a quantidade de palavras, cada uma mais oca que a outra, que foram introduzidas no português coloquial, umas estrangeirismos, outras meramente adaptadas, para dar resposta às modalidades mais vanguardistas de relacionamentos.
Discordo quando afirma que foram as mulheres que ‘chegaram a um beco sem saída’. O tal sentido presumido de ‘direito ao usufruto proibido’, que tão bem descreveu, colocou-nos a todos numa situação que não sendo melhor, nem pior a de há umas décadas atrás, em que sobejava aparência em cada passeio de braço dado entre marido e mulher, é-lhe quase diametralmente oposta.
Perdeu-se a confiança, a palavra, a tolerância... As relações tornaram-se inseguras, ansiosas, dependentes, absolutamente sufocantes, e como tal, cada vez mais frágeis. Não se preserva o espaço individual de cada um, pelo contrário, entra-se no ridículo da marcação cerrada, ‘espiando’ as sms, as chamadas telefónicas ou o correio electrónico, para não falar das perseguições pedestres ou automobilísticas… enfim, uma panóplia de atitudes doentias e muito pouco dignificantes que, se não fossem diariamente constatadas, não seriam acreditadas!
Esta já é a realidade dos nossos dias, mas acredito que ainda há espaço para quem opte por um estilo quer mais conservador, quer mais alternativo... algures no meio do nada, numa ilha ou praia deserta.... :P
O que virá depois?
Permita, a esta Alter Ego, um ressabio de (in)consciência… por não o sentir…


... e amigos como dantes!... :)

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