sábado, 31 de março de 2007

… nem de shorts e havaianas!

Num gesto tão rápido e simples quanto o inserir ‘PNR’ na frame do google que me transportou directamente ao site do partido, pus-me pela primeira vez em contacto com as motivações, abordagens, propaganda política e opiniões dos seus representantes.

Ainda que considere legítima a preocupação com a ascensão da extrema-direita e com o seu acesso às camadas geracionais mais jovens, consequentemente com menos capacidade crítica, julgo que continua a não haver espaço para que esta corrente assuma uma importância significativa.

Num discurso agressivo, ressentido e vitimizante, que faz uso repetido de palavras como ‘inimigos’, ‘lavagens cerebrais’, ‘traidores’, ‘perseguições’, ‘discriminação’, assumem as posições esperadas em relação à família, à economia, à justiça, à criminalidade, à imigração, à segurança, ao trabalho. Parecem ter as soluções para as principais problemáticas sociais, económicas e financeiras do país, os imigrantes, os marginais, os grandes grupos económicos que se vêm apoderando das propriedades do estado…
Quanto ao fazerem de Portugal o paraíso celeste, ficam só dúvidas quanto ao modo… ou nem isso, se for atribuído o devido valor às palavras ou ao ‘tom’ em que se escreve!

Na verdade, a curiosidade que me levou a abrir o site do PNR foi tentar perceber se de alguma forma, depois dos exemplos históricos de ditaduras, os ideais de extrema-direita tinham sofrido algum tipo de adaptação aos tempos correntes no sentido da moderação.

Crédito desperdiçado…Continuam a fazer jus ao nome e assim sendo, confio que, nem a falta de pão a cada vez mais famílias portuguesas, os recolocará no poder.

As necessidades básicas mantêm-se, mas mentalidade da sociedade mudou alguma coisa desde que Salazar ditou em Portugal. Fala-se, concreta ou hipoteticamente, em realidades como ‘despenalização do aborto’, ‘casamento de homossexuais’, ‘adopção de crianças por casais homossexuais’, ‘despenalização de drogas leves’, ‘eutanásia’, que a meu ver, são apenas uma questão de tempo… Caminha-se no sentido da globalização, de pessoas, bens, serviços… Opta-se pelo ateísmo, as uniões de facto, o descomprometimento interpessoal… Ainda se ouve Zeca Afonso!... Jorge Palma, Sérgio Godinho, Da Weasel, Blind Zero…

Um Salazar a governar a geração morangos com açúcar?... Hummmm… nem de shorts e havainas!... :P

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