sexta-feira, 2 de março de 2007

L'etat d'art ou como Ipodias fazer melhor

Sem mais delongas, explique-se que "ressaibo" designa a nobilissima arte de ressabiar. O termo é pela primeira vez auscultado por senhor tripeiro de olhos abertos em pleno exercício da arte algures na capital do Império. Não se reconhecem primogenicidades no seu emprego mas há quem diga que a arte terá nascido com D. Afonso Henriques em dia de má fortuna quando exclama um sonoroso "Que me quedo ressaybiado con usted, mama". Numa língua que se quer viva ou morta o ressabio evolui e surge mestiçado na língua árabe como Al ressahabiad durante as birrices afonsecas. Uma arte com génese norto-galaica que se dissemina por esse mundo fora ou então um descontentamento descontente que surge no norto-galaico que há em cada um de nós. A arte evolui, surge a revolução francesa, russa, americana, das colónias, pensadores, filósofos, políticos e não fazedores de nada em particular ressabiam com arte e alguns com engenhos. Ressabia-se. Ressabia-se com o que não se sente.
Até ao presente. Acomodados ao rendimento mínimo dá-se por garantida a desnecessidade de ressabiar. Vivem-se tempos de morangos e sobremesas que desvalorizam valores ou sentimentos e a arte desvanece nos tempos mortos dos néons apelativos dos centros de comércio onde compras a efemeridade estandardizada e te vendes à massificação da estatística. Enebriados com a luxuria de playstations, habituam-se gerações herdeiras de uma tradição de bem ressabiar a receber tudo como dado adquirido, como se o que nos é imposto não fosse passivel de discussão ou ressabio ou de, pelo menos, uma pequena reflexão de espíritos que se querem críticos. E assim vão eles. Carneiros alinhados, phones do ipod nas orelhas, calça da moda ou top bem recortado... E podias fazer melhor...

1 comentário:

gobi disse...
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