domingo, 11 de março de 2007

O ‘umbilicocentrismo’!

Pois é, no fundo não deixa verdade que grande parte da crise no Ensino Superior se deve aos alunos.
O que se está a passar em relação às cadeiras opcionais na nossa faculdade é absolutamente vergonhoso. A selecção faz-se com base na que permite passar mais despercebido, para nem sequer implicar a apresentação ao serviço.
E realmente, esta é a prova mais que provada, que o ensino superior não pode ser confiado à responsabilidade individual de cada aluno querer terminar uma licenciatura bem formado. Lamentável, porque nos conduz ao ridículo do controle por cadernetas (grrrr) e afins… E eu que sempre defendi que no ensino universitário nem sequer faltas devia haver!! Crente, né?

Nesta altura, feliz ou infelizmente, ingressar no ensino superior é quase um dado adquirido no percurso escolar de qualquer criança.
Se me oponho a isto, não é por questionar capacidades, mas sim algo bem mais determinante da postura perante tudo na vida: vontade, melhor, vontade própria! Porque agora aos 18 anos ainda se é uma criança e como tal, lá estão os papás a decidir pela cabeça dos filhos.

Já na faculdade, tudo isto só vem acrescer à massa amorfa que se têm vindo a tornar os estudantes universitários, cada vez mais indiferenciados não só do ponto de vista técnico/científico, como também do ponto de vista académico, moral, valorativo.
No último ano do nosso curso só vejo as pessoas entusiasmadas com 2 coisas: estudar o Harrison e a roupa do baile de Finalistas. Quais RGAs, cursos extra-curriculares, bailes de máscaras, festas de curso?

Por outro lado, o desaparecimento do espírito grupal, da solidariedade pelo parceiro do lado, do nobre gesto de se ‘atravessar por’ e de se ‘atravessar com’. Ao longo do curso vai-se cultivando o ‘umbilicocentrismo’!
Se chegados ao 4ª ano o fenómeno ‘curso’, cada vez mais dissolvido logo à partida, tende a desaparecer com o regime de blocos, o fenómeno ‘turma’ segue o mesmo caminho chegados ao 6º ano, com o regime profissionalizante.
Espere-se até que a média de curso comece a contar como critério de acesso a uma especialidade. Nessa altura, liquidam Associação de Estudantes, Grupos Académicos e Comissões de Curso, que ainda assim, vão dando algum dinamismo àquela casa.

Foi o compromisso que se perdeu’. Foi, todos eles, todos os compromissos que são supostos estabelecer, a começar nos que devemos a nós próprios.

A poucos meses do fim, sinto que não mais queria ficar. Pelo que vejo nos corredores 'acizentados' do Piso 01 do S.João, melhores tempos NÃO VIRÃO!

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