sexta-feira, 23 de março de 2007

Uma sementinha de esperança!

Hoje, alguém me acendeu uma luzinha na escuridão do desencanto com o ensino superior, nomeadamente no que é praticado na minha faculdade, que afinal, é o que melhor conheço.

Na sequência da organização de um evento que celebra os 25 anos da respectiva Associação de Estudantes, dirigi uma carta a dois notáveis Professores Doutores desta casa, solicitando sugestões literárias que considerassem marcos importantes na formação pessoal dos seus alunos.

Se a um deles pude observar a expressão de contentamento quando, num casual encontro no bar, lhe entreguei a carta ao mesmo tempo que lhe explicava o seu conteúdo, o outro, duas ou três horas depois de ter deixado a carta com a secretária, o mesmo que levei quase um mês a encontrar quando era delegada da cadeira que regia, ligou-me para o telemóvel manifestando toda a disponibilidade e interesse em participar na montagem da dita exposição. Mais, pedi a ambos uma lista de 15-20 livros, pensando que não seria mau se cada um me indicasse 10, e se um deles me responde que ia escolher 5 lotes de 20 livros, fazendo o respectivo comentário de cada um, o outro, além dos livros também comentados, ofereceu-se para os pedir emprestados a um livreiro amigo.

Não é que estejamos habituados a que os Professores nos fechem a porta quando a eles recorremos. Seria muito injusta se o afirmasse. Mas a verdade é que há muito tempo que não sentia tal entusiasmo e prontidão na colaboração com os nossos projectos, sobretudo quando se tratam de coisas simples e com pouca visibilidade nos meandros fmupianos.

Tenho estado até agora a pensar no distanciamento entre professor-aluno e na impessoalidade da formação superior. Há um sentimento de ‘desencontro’ que parece ser recíproco, um desajuste entre o que procuramos neles e o que eles procuram em nós… Quiçá ambas as partes estejam a ser valorizadas de forma errada: os professores catedráticos, austeros e inacessíveis, que apontam o ceptro e lançam a maldição do chumbo; os alunos desmotivados e imaturos, que ‘só organizam eventos patrocinados pela Super-Bock’.*

Uma simples exposição literária que foi para mim uma sementinha de esperança… :)

* por Professor Doutor H.B. (grrr...)

2 comentários:

Francesinhus disse...

Nunca mais chega a Queima para ir à Missa da Benção das Pastas purificar os meus pecados estudantis... Os profs também podem lá ir comungar?

alter ego disse...

Olha, e escreveres qq coisinha de mais substancial, não?... :P De preferência a BRANCO, que é a cor oficial deste blog! ;) **